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GM suspende contrato de400 operários em S.Caetano

Metalúrgica negocia acordo com sindicato e proposta é aprovada pelos trabalhadores em votação pela internet


Yara Ferraz Do Diário do Grande ABC GM (General Motors) pretende deixar em casa cerca de 400 trabalhadores da linha de produção de São Caetano. A medida é justificada pela oscilação do mercado automotivo em tempos de pandemia. A suspensão de contratos de trabalho foi aprovada ontem em votação on-line no site do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano.

A medida está garantida pela MP (Medida Provisória) 1.045/2021 publicada no último mês. O Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, utilizado no ano passado, foi reabilitado pelo governo federal e permite que as empresas suspendam contratos ou reduzam o salário e a carga horária. Segundo o presidente da entidade representante dos trabalhadores, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão, a proposta da GM previa que até 400 trabalhadores – incluindo 150 que já estão de lay-off (licença remunerada) – ficassem em casa, mas ele acredita que o contigente seja de 350. “A questão do volume de produção está muito complicada. Há uma oscilação grande do mercado por causa da pandemia. No mês passado, a nossa perspectiva era trabalhar 45 horas semanais e agora já baixou para 40”, disse.

A principal diferença entre o lay-off e a suspensão de contrato de trabalho é que, na segunda opção, os operários devem receber parte do pagamento do governo federal (70% do valor do seguro-desemprego). De acordo com Cidão, o trabalhador não deve ter prejuízos no valor líquido que recebe mensalmente, já que haverá complementação da empresa. “Atualmente, esta é a melhor saída para evitar demissões. Não existe outra alternativa, até porque não é um problema só daqui, mas do mercado em geral.” Além da queda na demanda, a picape Montana deixou de ser fabricada na unidade no fim de abril, porém, segundo o sindicalista, a saída do modelo já era prevista e não prejudicou tanto a produção como os altos e baixos do mercado.

Atualmente, a planta de São Caetano é responsável pela montagem do Joy Plus (o antigo Prisma, transferido de Gravataí, no Rio Grande do Sul, no ano passado), Joy (antigo Onyx Joy), Spin, Cobalt e Tracker. São cerca de 7.600 empregados.

Questionada, a GM informou que as crises sanitária e econômica provocada pela pandemia de Covid-19, têm impactado a cadeia de suprimentos e o negócio da indústria automotiva. “Dentro deste cenário, a GM vem tomando uma série de medidas para, nesta ordem, proteger a saúde e segurança de seus empregados, fornecedores e parceiros; preservar empregos e garantir a sustentabilidade do negócio”, informou, em nota.

A empresa declarou que vem utilizando desde o ano passado mecanismos como redução de custos, banco de horas, férias coletivas, redução de jornada com redução salarial, lay-off e PDVs (Programas de Demissão Voluntária). “Com o objetivo de manter empregos, a GM acordou com o Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano estabelecer um plano de lay-off para funcionários excedentes, que foi aprovado em assembleia nesta sexta-feira (ontem)”.

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