Hoje, 8 de março, no qual que se comemora o Dia Internacional da Mulher, há sempre motivo para se romantizar o momento, realizar eventos com festas e flores...Nada contra essas comemorações, pois as reverenciadas, que são as mulheres, merecem tudo isto e muito mais.
Todavia, entendo que esta data é antes de tudo um dia político. Pois deve ser aproveitada também e principalmente para manifestações em defesa de direitos muitos dos quais inseridos na legislação, mas concretamente não efetivados, ou respeitados.
O exemplo cabal dessa afirmação se deve ao fato da Constituição de 1988 assegurar às mulheres os mesmos direitos que aos homens, mas em termos de salários persistir uma brutal disparidade em torno de 30% menos para as mulheres em funções profissionais semelhantes.
O mesmo se dá em relação à jornada de trabalho. Mulheres que trabalham fora de casa tendem a uma jornada semanal de 9,5 horas a mais do que homens, segundo o IBGE. Isso devido ao trabalho doméstico. Ainda mais quando são submetidas a escala de trabalho 6X1. Para mulheres nessas condições trata-se evidentemente de escala 7X0 vez que o domingo, único dia de descanso, é talvez o momento que a mulher mais trabalha cuidando de filhos/as e/ou dos afazeres da casa.
Pôr um fim a escala 6X1 é uma maneira de se resolver um problema que perdura há décadas senão há séculos no Brasil e hoje está na pauta dos sindicatos, de partidos políticos, bem como dos movimentos que lutam por igualdade e justiça às mulheres e toda a classe trabalhadora que sofrem com a manutenção da escala 6X1.
Ademais, existem ainda dificuldades às mulheres em ascender a cargos de liderança; preconceito em áreas historicamente masculinas; falta de políticas de inclusão e equidade de gênero nas empresas, sem contar a violência contra o sexo feminino que precisa ser enfrentada com urgência pelos poderes públicos e por toda a sociedade.
Em outros aspectos muito já se avançou por meio da luta constante em termos de direitos, mas existe ainda um longo caminho a ser percorrido em busca de completa igualdade e justiça. O que exige esforço continuo com vistas a se quebrar estereótipos, eliminar barreiras estruturais de modo a que sejam criadas oportunidades reais às mulheres.
Aproveito então este momento para prestar minha singela homenagem a todas as mulheres de todas as etnias, todas as belezas e de todas as idades e condição social por se tratar de uma data marcante e que merece de todos nós a mais profunda reflexão e ação.
A você, mulher, esteja onde estiver, queira receber o meu sincero e apertado abraço por esta data tão especial, sem deixar, porém, de reconhecer que os demais 364 dias do ano também lhes pertence.
São Caetano do Sul, 8 de março de 2025
Aparecido Inácio da Silva – O Cidão
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul
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